O novo & o mar e a
mata
I
Entre o mar e a mata
(alguma) pouca diferença.
No mar as abelhas se chamam águas-vivas;
ambas, vivas, queimam e/ou encantam.
Cantam, teimam, enfeitam, mel, fel.
Entre o mar e a mata
(e a vida) pouca diferença.
(e a vida) pouca diferença.
II
Entre a mata e o mar
até o som é análogo: ana-lógico -
se fechamos os olhos
habitamos facilmente. Habitamo-nos (concha)
III
As estrelas na mata se encontram em cima,
e tropeçamos olhando pra elas;
as estrelas no mar se encontram abaixo,
e tropeçamos olhando pras estrelas que nos fazem tropeçar na
mata.
Evoluímos, graças hàs estrelas lá em cima, para o estado do
tropeço.
No mar podemos recolher estátuas que nos lembre sempre desse
ensinamento.
IV
Não sinto o súbito do medo que sinto na mata no átimo
em outro lugar que não no mar.
É um medo que só o mar ensina, esse medo que aprendemos na
mata.
V
É que a mata, tal qual o mar, é o reino do desconhecido,
governado pelo poder do mistério (alimentado pela
imaginação).
É que o mar, tal qual a mata, é a alçada da revelação,
do vento, do pó volátil que se escorre em ventania (em ondas,
de água/folha).
VI
No jogo do espelho matérico, a mata se encontra na beira do
mar,
arrancada pelo acidente,
e chamam-na alga.
Na beira da folha, ao amanhecer, se o mar na mata,
oscilante, em sal,
chamam-no orvalho.
VII
Quando o corpo esquecemos no mar
ele se-dança como a folha no ar,
quando esquecida pelo galho.
VIII
O verbo do mato é o matar,
O contrário do mar o amar,
Comtudo não é preciso gramática,
ver sÓ
nos espelhos quiméricos da criação
do fora-da-lei rigoroso:
nele, encontramos o aquilo
que queremos, o signo
que auscultamos
astrologicamente
no céu da boca –
o toca do lobo do homem – a que uiva, no ranger dos sorrisos
e lamentos.
IX
Espumas daninhas nas beiras dos estertores.
vicejando na sua teimosia
dançam pela areia o réquiem
do vento, do tempo, do inescapável movimento
Ato do mato, ar do mar.
X
Atar os fatos, nos seus lapsos, é começar
a enxergar?
Chegar em tatos, anti-lapsos
através de tintas, teclas, rabiscos, ciscos
é ciscar?
Arrancar do olho o grão e-
levado do chão,
Da terra do mar & Da umidade da terra da mata, é
tocar o átomo – o
anti-átimo?
Habito o espiritual prazer:
ocupar este corpo.
Ocultar esse ser alado
que não se angustia em voar
senão com o tempo – o tempo –
o tempo
é meu doce orgulho:
o prêmio de estar. e, livro
Sobre o não tocarei
Entoco
na sacra ooteca
as mais valiosas
essências ocas
lambo-as
com a calma da coruja
com o zelo da criança
quebro-as
pouco ou nada
encontro além do encontro
sou só um sou
e buscando nem-isso, no
depois
ou
flor dágua
das flores de luz
a que se desabrocha mais
complexa
é a água;
É vaga –
traz no dorso da língua em
espuma
o maior dos menores
mistérios:
o n A d a
Sentado na praia
De que paciência sussurram –
unísssono – todos esses grãos de areia?
Que impaciência me fez
construir castelos para as ondas levarem?
Será que eu posso
simplesmente vivenciar o ar sem este ímpeto vicioso – círculo – de registrar
verbo na palavra – meter estaca?
Por que essa não-aceitação do
efêmero?
Por que essa necessidade
estúpida de enfrentar a morte?
De onde essa carência
patética de comunicar?
Sentem o mesmo essa manada de
passarinhos que apresenta sua incrível coreografia para mim - solitário, aqui
na arquibancada de areia?
Será, mesmo, que àpenas voam?
Será que não almejam a
imortalidade com esses saltos mortais?
E essa concha, na concha de
minha mão – fez-se tão perfeita para restar silenciosa ao acaso de uma mão –
que irá admirá-la (ou destruí-la) em concha?
Que sons em si conduz de sua
experiência?
É por expressão que veste de
estilo a retórica dos segredos ao pé do ouvido?
É pelo nostálgico eco de
Ariadne que se embrenha, líquida voz de sereia, em meu labirinto?
De quantas ressonâncias o céu
da minha boca esquece
serenos?
o sapo advinha a chuva
quando em canto
a pedra prevê-se areia
quanto em silêncio
o homem sabe que é morte
em tempo
se – seres – somos seremos
é causa que
quase
quê?
Sim fonia do sonho
A lua ninou-me a rede;
entre as frestas do telhado
vaga mente, meneei sua maré
de luz e oposto.
Fui mergulhado pelo sono dos
ventos,
pelo som das folhas me
afoguei...
gias então infestaram seu
antigo lar – aquele que Eu habitava e
colonizara
formigas, grilos, cigarras –
todos me dedicavam gritos de guerra
- assim formavam a sinfonia
onírica – que sugeria à minha imaginação
vaga-lumes
vaga lumes –
- vaga lumes
vagas
lumes
-
O Sol despertou-me;
entre as frestas do telhado
flechou-me a ordem de + um
dia:
era preciso levantar
desdobrar as vértebras, as
pálpebras
as ervas daninhas
Acordar.
Assovio
Se você quiser, vento
Me encontrar...
Sobe a Monte Sião,
Desce a Saudade ruma à praia.
De chapéu de palha,
vermelho que nem puro sangue,
corto com o terçado ramagens
obtusas,
cipós emaranhados, raízes
selvagens.
Às vezes paro para beber água
e desaguar
- entre as gotas do suor
relatório -
versos de esperança pela tua
chegada.
Ainda assim agradeço pela
ausência
Pois apreendo pois, no maior
e mais exposto órgão,
os lampejos onde atingimos o
estado do instinto,
onde somos apenas movimento
jurado pela necessidade:
pele trocando ar:
ar trocando de pele.
Dessa escola matinal é
que o punho escreve esta
carta
como um “dever de acaso”, e
mais rápido que qualquer rede
virtual,
tu me respondes:
molhado, viril, materno, refrescante...
nuvem e chuva trazes em teu
dorso
e ao colo da rede então
recolho-me – escorço de sombra fresca;
que se na escola do mato a
pedagogia
era ativa,
na tua educação justa
- aprendi imitando a folha –
balanço apenas
feito a pena, estio;
e embriagado de cansaço,
com a face já seca pela tua
língua,
contemplo calado teus gestos
invisíveis
nos uivos: hieróglifos dos
teus ruídos –
insensível música que
improvisas por nada.
Que se tudo que reclamava
pesar agora dança
Evoé, vento, evoé
porque atendes, sempre ar,
aos sinais
asas, fumaças, aços
de nossas lanças, ânsias,
lapsos
de nossas canções.
V hai-kais-complexos
I
cessa de súbito som da
cigarra
sem cigarro
insônia em chamas
II
água enche balde de água
som enche casa de eco
dormem pés sujos dormem
III
palmeiras-sereias se-esquivam
ladrão de beijo-sorrateiro
em cantos de ventos de vultos
de uivos: o vento, beijoqueiro
IV
os pássaros diurnos convidam
os noturnos alertam
mera asa surda, eu vôo
V
que eu fui levantar
cabeça veio embora p/ baixo:
vertigem; causa surra de caba
escorço
tua ausência não te atrapalha
quando outrora foste futuro
Tenho
Recebodougrafo passostraços
Presente, pressente, Presente
o próximo sem faltar o fôlego
graças
Dançar sem chorar as estrelas
tecer taça, sorver olhar,
liturgicamente intuição
tão
nem-meu
fruto-sentimento
se-mente
que se toca a fronte, se
queira tocar a fronte
e dançar sem chorar
estrela
Matar e morrer na matamorro
Mata do outro lado respira,
respira
olhos do som cigarra, cigarro
me esfaquearam s/ me ver, ter
sou sim só sangue, e só
Morro do outro lado respira,
respira
Apenas meras
geografias de uma existência
s/ cartografias;
mangue de brotos
trocos de soluços
pulsos de pulsões
do outro
lado
de dentro
fora de si
Minha estrada
é
a estrela
ela pele
dada
foi
pêlo
dado do
estrangeiro
S’hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...
Escuta
Escuta
É o mundo em movimento.
Não é você.
Através de você.
S’escuta S’escuta
É o mundo em movimento.
Escuta
Escuta
É o mundo em movimento.
Não é você.
Através de você.
S’escuta S’escuta
É o mundo em movimento.
Reflexões
Não deito os olhos
deito-os abertos na janela, fechada
deito-os abertos na janela, fechada
Olho os reflexos das coisas.
Assim, olhando sua miragem
sinto enfim alcançá-las
Assim, olhando sua miragem
sinto enfim alcançá-las
como deve ser: por imagens.
Abrindo as minhas janelas
percebo o mundo nos reflexos
desta janela fechada.
percebo o mundo nos reflexos
desta janela fechada.
"Só a luz", uma voz
sussurra -
detrás das janelas minhas portas -
"Só a luz a esta casa é bem-vinda;
esta casa incendiária te alumia".
detrás das janelas minhas portas -
"Só a luz a esta casa é bem-vinda;
esta casa incendiária te alumia".
Esta voz antes rude suave
fica;
e como o sábio ou diabo, repete enfim
enfim a instrutiva:
"Na era da imaginação,
onde a fumaça engole o fogo,
tudo é o que é: um reflexo".
e como o sábio ou diabo, repete enfim
enfim a instrutiva:
"Na era da imaginação,
onde a fumaça engole o fogo,
tudo é o que é: um reflexo".
Um reflexo.
Redes
Os intervalos são os momentos
ocupados pela rede.
Na rede material a gente se
esquece, balança;
Buscamos nos ruídos inauditos
as revelações, nos perdemos:
excitados nas imaginações
eróticas, dançados entre os nós nos punhos -
nas divagações do absurdo,
nas indagações sem-espelhos
!Na poética doa devaneios
!presos! voamos sob nossas medulas...
Na virtual não há indivíduo
também, só informações
Poluições de imagens,
estradas sem rumo, mar
Nos afoga, nos afaga, nos
encanta, nos atrasa,
É social, e podemos
responder,
São várias perguntas, milhões
de assuntos
Transeunte, nós-outros,
Os intervalos são esses
momentos em que nos enredamos
O mal-estar no campo
Numa cidade chamada Santa
Bárbara no Pará
vive um casal que sobrevive
da agricultura
e de um certo carinho mútuo
Carinho que amorna a água,
mas que deve ser dosado
para não pelar – despelar em
veneno
Ele equilibra a sua
incidência de calor nessa água
passando o dia a controlar a
acidez do solo e a economia das vendas
Ela em alquimia de temperos e
gestos
se entretém com as verduras,
os animais e as crianças
Um dia chegará, sob a lua de
uma noite
em que Ele viajará
que Ela, sobre a lua
refletida num igarapé
será possuída, de forma
consentida, pelo Estranho
A partir tudo irá mudar,
e ele e ela viverão assim
com esse incômodo
até que a morte os separe.
Da emoção, De acordar. Do lobo, Do
homem, Do olhar
Sonhei de novo com esse lobo
que me persegue e que não quero matar. O que sinto por ele é o mesmo que sinto
por mim, e sinto que ele ferozmente sente o mesmo do outro lado. Ele não quer
me perseguir mas tem que me matar; ele não quer se perseguir mas tem que se
matar.
Face e contra-face do espelho
onírico, na vigília caçar-te-ei para exterminá-lo, enquanto tu sentirás
saudades de mim no mundo dos sonhos.
Saiba que te olho, fera, pelo
binóculo da imaginação. Não ouses deixar uma lágrima na neve, assim como não
verterei uma gota de sangue aqui na terra.
Nem dilúvio ou terremoto.
Será no olho do furacão que nos enfrentaremos-encontraremos, e no silêncio – 5
olhos – construiremos o olhar que seguirá rumo ao deserto, espalhando os grãos
de nossos passos acima do chão,e fora da ampulheta.
Lá poderemos nos devorar,
comungar, verter lágrimas de sangue, dançar a morte. Não será vigília ou sonho,
lobo ou homem, delírio ou desilusão. Na fronteira seremos apenas o olhar vazio.
O Olhar: Verbo puro da emoção. Que é Palavra
O Gênio e o Homem
O gênio é este grão de pólen
impalpável que a Natureza varre de sua casa vez ou outra, como que para cumprir
uma promessa pessoal de doar uma migalha de verdade aos seres, naturalmente
vadios e pedintes.
Esse grão não transita no
espaço; só os que habitam com mais propriedade o tempo é que podem farejá-lo. É
uma pedra de luz, que trisca a consciência; uma imagem bruta, que pulsa o
sangue.
Muitos humanos participam e
trocam ares com esse vento passageiro. São os de poderosa intuição – trabalhada
e/ou nata. São os receptores, e os que ativam. Enfim, os seres que existem, os
entes que são. Os seres que existem nos entes que são.
É uma dádiva inefável, dizem,
o real manjar dos deuses.
Dentre estes participantes da
liturgia silenciosa, há os que guardam esta pedra em imagem, na consciência que
afogam no sangue. Em luz esculpem a essência; e em matéria lapidam uma única
forma de existência.
Chamam estes de gênios, mas
não são gênios. Gênio é outra coisa.
Este é o Homem, não “qualquer
homem”, mas o Homem – do que ele é capaz.
tábua rasa Praia Funda
Quanto
mais adentro o Grande Rio, mais encontro a Rica Família. Aqui eles não precisam
de nada que aqui não tem – e é essa, sem dúvida, a virtude da riqueza.
Finalmente
compreendo o que significa “interior”, é que aqui ninguém precisa de “capital”.
Aqui no interior todo mundo vive dentro do exterior, e são, dentro, todo o seu
habitat.
Aqui
não tem sentido roubar ou ostentar, aqui todos são ricos, tudo é doado pela
mãe. Aqui se colhe, se planta, se morre, se nasce. É tudo natural.
Lógico.
Não há progresso que não seja ecológico. Não há encontro que não seja fortuito.
Todo intuito nasce pela vida. Pela ida todos vagam, sem pressa e sem atraso.
Aqui
toda individualidade caminha só, no passo do Mundo. Não é marcha é dança, e
ainda hino.
O
tempo é o sideral. Não há mapas, só estrelas. Não há garimpeiros, só
alquimistas. O espaço é o aqui. Tudo é ouro, e o sol e a lua faz brilhar.
Aqui
todos tem o dom da duplicação do espírito: são o agente e o espectador,
concomitantemente. Comungam do eterno também, quando nem-são.
Quanto
mais a dentro o Grande Rio, mais te encontro, Invisível Ilha, pro fundo. Aqui, cosmo. Lár.
Nem
República ou Caverna, Ar Livre. Leio nas nuvens.
Scorpio
Estou atento e banho na
praia, é noite, mas ainda sons de humanos na praia, tudo escuro, mas sei que
ali ainda estão, é o som, mesmo no escuro sabemos, os humanos fazem sons que
sempre reconhecemos. Debaixo d’água algo que não escuto não vejo sinto, meus
pés se arrastam entre lamas e pedras, mais algo, mas algo que não sei, que não
reconheço esse algo que sinto, que meus pés arrastam, que não posso ouvir, que
meus olhos não podem enxergar, mesmo no escuro. Também não posso descrever, não
sei descrever o tato, o tato se escreve? É o mistério – somos tocados.
Estou e tento tomar banho.
Praia. Em casa falta d’água, na praia água fria, água limpa, água única, que
esconde mistérios. Eu e outros agora habitamos, sobre e submersos, eu’s e
alguns sob e sobre a praia, humanos e outros. Sons. Os humanos em êxtase
algazarram palavras com as mãos espalmadas sobre as cabeças sob os livros,
tentam um contato com deus, um contato sem tato, um contato pela palavra, pelo
som, e pela lógica do entendimento que chamam fé. Um contrato: dogmas e
dízimos. E vários não se escutam, fazem muito som, não se escutam, fazem muito
som; esses lares são de areia? Igrejas edificam.
É escuro, ouço as luzes que
jogam para o alto; o vento as rebate às vezes, amplificando o barroco e as
palmeiras, as sombras de dedos de palhas sobre as areias, sob a abóbada todos
nós, terra e mar, e areia, e as palavras ao vento, e os grãos no escuro, e os
tesouros submersos. O que é isso que toco ou me toca? O que é isso que na
planta, no pé, me espanta, entorta o passo? Me agaixo? Que gesto o ocaso me
presenteia? E se é bicho, e se é veneno, e se é aquilo que não saberei, e se é
o que não tenho proteção? O que há submerso, sob meus pés? Sobre coragens tenta
me ensinar, sobre medos quer me instruir? O que há sub, sob, sobre meus gestos
de mente que não esses mistérios que a mente é tocada? E, humanos, nós pra que
tantos sons, palavras, contratos, contatos? Acordas pra que tantos nós? Foram
estes que tocaram nossas águas em nossas casas para que viéssemos ao grande rio
sermos tocados também? Água invisível é o tempo.
Pela Noite Eterna
Das lágrimas frias
gasosas quase líquidas
da Eterna Rainha
eu Fui, em destemida busca,
vasculhar nos invisíveis
grãos
os resquícios das memórias de
mim
que displicentemente não
conheci.
Mergulhei nos sonhos
esquecidos
de toda a Humanidade
Encontrei, perdidas, todas as
esperanças ideais, todas as
lembranças do inexistente
passaram por mim como
vultos..
E atravessando a Noite
Sombria
- onde tudo é velho e
familiar
mas tudo virgem à visão -
Escalei pro fundo o espelho
aquoso
do seu reflexo prateado,
oscilante em gota abismal
(Prelúdio Lúdico de Queda ).
E nesse átimo,
onde já era dia mas ainda
Lua,
lambi-me de dentro: fui um
átomo de orvalho.
Lá me encontrei e soube de
tudo e fui e sou a Grande Obra -
e não temerei a morte daqui
para frente, pois também a sou.
Sou essa cápsula frágil, esse
vento que me oscila,
Sou essa terra fértil que me
espera, esse fogo invisível .
Esse átomo, este átimo, ouro,
sol, éter; sou o filho da lua -
e me entreguei em comunhão
com o dia:
Fui luz, mesmo pródigo da
escuridão.
& Após Êxtase
decantei-me em canto
& em cores dedilhei
alvorada
com minha voz de luz e ar re
voada
Virei o mar, e em grandes
ondas retornei à praia
nu e esquecido, renascida
nau...
& daquela noite eterna,
acordei para nunca
para sempre.
Mateus Moura
Ilha do Cotijuba/2012
e-mail: cinemateusmoura@gmail.com
incêndio