incêndio

barbado
bêbado sem idade à se preocupar
sob o libriano signo de escorpião
sobre o escorpiniano signo de libra
Equilibrando o meu veneno
Envenenando o meu equilíbrio
Sou o poeta, dois corpos

caligrafando o intervalo.

Entre a sela escondida da poesia
e o esconderijo da realidade

No abismo da fogueira -

             uma luz,

matéria intocável
[inflamável]       [inflamável]
Sou dois copos de poesia
secos de realidade
inundados de oxigênio
preparados para a faÍsca
[póh) espoca a rolha
Evoéh; que venha

    começou o incêndio



Lúcifer: Porta-Luz, responda! :
como se portam as trevas que vêem ?
como se acendem estrelas mortas ?
como se mata o tempo senão suicidando-se ?
Israfel, óh, balanças
                        cordas
acor(dàs)almas
Alaúda
saúdo-nos     chama-me
sob o som      sob o sonho
                                    canto
A poeira (de) nossas
cinzas
às
     as
          a
     ás
                  óh
responde      ?







:



A vaidade arde
seca como a cinza
vaga como a onda
de fumaça
A vaidade anda no andar
dentro do labirinto
perdido no tronco inferior
do eu-Minotauro
trota
esmaga as rosas
fecunda o solo
torpe
cospe
lambe
fode
chifra
A vaidade arde se vendo
se auto-sodomiza
mazoc-sade-satiriza-
Se
A vaidade é uma pica
que deseja o próprio ânus
e dói,
mas é bom.

 

. nu]            
operários erguem uma torre
dê. vê. se
alta-tensão ao lado, dentro, junto do campo
o que não liga-se e nem finda-se
a horizonte nenhum quisto
ár-  vo-  rês- dourando na brasa
                                           (o sol)
antes de servir de sentido
                            de alimento
[nu.
operários seguem uma torre
e queimam as mãos 

Dentro da fogueira é só um silêncio imenso
                      como O olho de um furacão
Dentro da destruição é sempre uma ausência
um vácuo
um não



criação em crise
ação em |crisálida|
crisação
Estritamente Restrito
o vôO -
o pOuso
da folha simboliza a Morte
[cantar para {esquecer o impossível}
Aguardar no ninho
                                 o bico materno
se aquecer na asa
Ou voar por urgência
                       se o alarido
surgir como um pássaro de fogo.
 


Luto
    às cinzas da luz (sombra)
aquece, esquece
andaluz
                o fogo ascende exu


o olho vazado de exu nos pergunta



A peste
ala’s
trou-se .
vêias.
corroEU,
sugou as ultimas necessidades
dês cansou também.

Resfo-
Bruxu-legou
-se
       na revanche contra a turba-povo-violência
pênis-pathos-thánatos
orcos-porcos-porrajorradadacabeçademerda
in-CONSCIENTE coletivo assassinos todos

A peste Apagou-Se,
Legou
no escrito sádico coprófilo da parede
trêmula carne
de pescoço à espera nosferática
a Peste,
em enxame de ratos,
incendiou o porto seguro -
suave como uma morte súbita. 



Nos corredores deste
la         ri
      bi         nt
O motiv:
           SAÍDA.
As sem patas
do pensamento (centopéico)
tropeçam nas veredas da mente.

QuimerA;
           e ele(s)
dançam esperando
a chama [se apagar[.
Depois atravessa(m)
aos pés, a calçada de
               brasas amarelas.
do sOl surge a Águia
a guia solar
Chove................................................
na água, o-arco-a-íris destroçado-s.
no presente, não o presente
ou o tesouro, ou a aliança,
apenas o espectro de cores,
a beleza dos matizes sem esperança
Ainda no correr
dor;
controvérsias-convergências
.................................................... pairam



dedicado à  fadinha Vitória
o suspiro da chama crepitou uma luz impossível
                             me avisou então que era apenas sonho
o incêndio era apenas um sonho
apenas um sonho o chamar crepitante
apenas um cavalo selvagem uma íris castanha um salto mortal
apenas um sopro uma queda-livre um atrito
um sonho apenas - faíscas mentais
crepitando

aí a bailarina – na volta do suspiro - queimou o pé
:ventos contrários
e o oceano de fogo se fechando arrepiado
lembro que ele dizia:
o incêndio era apenas um sonho
sabemos e,
só deus é livre e a incidência disso é:
não há contradiz-entes a ele
A bailarina publica o equilíbrio curativo em tom de paz
e nos questiona se os olhos quando tristes tem nota de dó
maior (ou Menor)
se Maior ou menor havia sido o sonho
                 se foi igual ao incêndio(?)


Desnutrir cada sopro de luz
encontrar a pedra
(.) em grão-mestre
no bailado do deserto
sob o sOl
Como a ave, ventAr
Como a folha, plainAr
Como o silfo, Ar
No âmago da pedRA
ocre
aus(o)cultAR                   
a centelha da esperança
.  . . . . . . o o o o o o (ó)

tonto, tento, tonto
saber de qual maneira, desnutrir

se

~

o (m)ar,

. ~


sob o sOl ?

atravessa o deserto
remodelando
as pedras
sóis



Sou o vento que sopra a vela
                                                                            apago ou aprumo?
                                   fumaça ou horizonte?
ar ou mar?
                                                                        ou
A                  B              Ó              B               A               D               A



vai ter fogueira ...os fatos idos dizem, estamos lendo, nus no
  mar partido,
                                                     não no meio, mas, onde deve ser,e ele  mostra caminhos,
entraremos um dia nas f(r)estas que o desconhecido nos reserva,
o sal passa entre as cadeiras, assume , consume, marca, corroe
as quatro pernas da manhã de uma terceira  pessoa

o rodar por um espaço  sem direção ,faz o fogo,  dentro, no ardor de viver em, chamas .
da fogueira que já 
assume, consume o poder da morte antes e depois da vida
e resta o deslizar, grosso ou suave

já há fogueira, vai teve, foi é,
enquanto o mar partimos
                                                 rumo
                                            ao vertical



K. entre nós [-Vocês perderão, gêmeos]
meta-morfoses, umbigos sem fundo
labirinticamente processando fantasmas
nos longínquos castelos dos espelhos
fragmentos de capítulos
Sobre-
pondo-se,
sonhos e mais sonhos
pesadelos de realidade
absurdos abissais
existencialismos,
prontos para portos sem porteiros
distante das leis-prisões
lógicas da impossibilidade
eu não sei
lamber a língua do fogo
Pôr – isso
    O
eu  Passo;
Kafka entre nós: uma cigana
,das luas cheias e quartos crescentes,
de Yemanjá -
das trevas do mar de luzes.



 Pesca-se, e é só ar.
ARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR
 


nessas imagens que se formam,
nesses sons que vibram,
o segredo, o mistério:
a imaginação da natureza.
                                     viva no absurdo
naquilo que nos
espanta!
 


Adjunto com a valsã da mão dela, o arsênil                      ~
~o alimento dos pássaros
que pegaram no útero da chama
o silêncio do movimento
{o barco da liberdade}
lá houve
cá volver
la há e teve~
foi um oi féerido
.perdido no buraco do vento.
...no lento espaço do tempo...
no seio um leito impuro
               um leite desdatado
saibamos que no espelho não existe hiato
por isso, atravessamos
à mão dela.                  na contramão do contraveneno



2
Eu sou como essa vela que me consumo
Sou como essa luz que me expande-se
Essa estrela que chora nesse copo d’água
Reflexo finito que oscila
                               tempestade me inundo
Há fim
O Mundo
                                                    apenas eu 1



foice
forjada por Ogum
Fortuna-faca
gasta-jamais
                          pelo Destino
faísca. chama. fogo. chama. brasa. cinza.
pedra ..... pó
                                                                foi-se


Entre a estrada e a morte
bem aqui:


deveria haver um olho




Photographia:
atual nekromancia dos caretas;
revolução instauradora da realidade
enquanto linguagem;
processo EL químico
eskópica genétika kósmica
dura areia fragmentos pontos pixels
for               m                -                ação
                                                                                               LUZ!
                                                               PRISÃO
d’um furo buraco negro
CRIAÇÃO
                                                               de um novo
já                                                                                                  existente
                               metempsicose
p            a                r            t   í               c                 u          l    a      s
      F                 L                   A              S           H             !       !    !     !
               
                                               lux fiat


   
grão a grão
grama a grama
afogada n’água-lágrima,
dentro d’olho do cinéfilo,
o photo grama -
                              um-24 avos:
Tempo do exterior-interno;
futuramente líquido confundido à saliva.
(na jornada um semblante extasiado)







Bruxuleantes espasmos de sombra
um teatro de detalhes numa centelha de ilusões
entre imagens e idéias, imagens-idéias -
como uma canção apenas recitada.
Não sei se chama, não sei se brasa
nunca saberemos como se opera profundamente
a Memória.


As gotas de chuva caem
como areia no vendaval dos ponteiros
A chuva, inesperada e naturalmente, desaba
quando julgávamos dançar o bailado
do Fogo.
Um rio de lava que passa e,
de novo:
“Tudo é transitório”
                                                 - o poeta jamais poderá se banhar 2x na mesma chama.
                      Sim, sabemos!
Tudo passa,
                                                 mas nada passa.
O incêndio acabou aqui
                  começou                                                                                                                  ...




barbado